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A mostrar mensagens de novembro, 2013

A única certeza!

Tenho uma certeza neste caminho, no sentido de  Nós, os comuns (We, the commons) : a de que não podemos ter uma certeza. Partindo da ideia que 'não temos conhecimento para fazer face a situação actual e que em conjunto vamos conseguir desenhar e encontrar as respostas' ( "Eu sei como resolver isto!" ), fica uma certeza: a de que não podemos achar que temos a certeza, i.e. a) que uma pessoa, um conjunto pequeno de pessoas conseguem mudar o todo (e.g. regime ditatorial) b) que um modelo de organização é adoptado como bom e universal para todos (e.g. comunismo, capitalismo) c) que uma tecnologia será a solução (e.g. nuclear, biotecnologia) Humildes. Observar, formular hipóteses. Construir protótipos. Experimentar. Aprender. Iterar. Partilhar a experiência. O que funciona num espaço/tempo poderá não funcionar noutro espaço/tempo. O espaço do conhecimento. Racionais. Temos que ter heuristicas, sobre a forma de normas sociais, que garantem que uma pessoa não terá fo

Sinais

Nas últimas semanas houve um conjunto de eventos que merecem ser referidos e registados. Constituem para mim um sinal de que 'algo' mexe, esta vivo, sente-se e faz-se sentir. Clama, reclama. Responde, estimula. Inquieta, interroga. Inspira. Exposição comemorativa dos 30 anos do CAM - Sob o Signo de Amadeo. Um Século de Arte , onde cerca de 170 obras do Amadeo são apresentadas Colóquio Internacional Almada Negreiros , 13 a 15 de Novembro (120 anos sobre o nascimento de Almada) Congresso Internacional Surrealismo(s) em Portugal , 18 a 22 de Novembro (60 anos sobre a morte do poeta António Maria Lisboa, inaugura a Casa da Liberdade de Mário Cesariny) "Diálogos sobre o Cinema Português e o Cinema do Mundo"  com Joaquim Sapinho e Haden Guest, Gulbenkian e Harvard, desde 22 de Novembro Congresso Internacional Fernando Pessoa ,  28 a 30 de Novembro São exemplos das últimas semanas. Podemos ir a outros campos, desde o cinema, teatro, dança, fotografia, ... Com a

Liderança (Metáfora de Manada)

Quando falamos em liderança ocorre uma ou duas ideias de forma sistemática: poder e controlo, tipicamente, ambas sentidas de forma negativa. De facto podemos ter a liderança hierárquica, autocrática, do comando e controlo, mas sinto que é cada vez mais fraca a sua influência. Hoje ouvimos falar de 'servant leadership', 'conversational leadership', 'conceptual leadership', 'resonant leadership', 'integral leadership', 'constructivist leadership',... traduz quer a necessidade, quer a resposta, a experimentação, a emergência. Imaginem uma manada, uma daquelas manadas que observamos em movimento, por exemplo através da câmara do Yann Arthus-Bertrand. Ao longe percebemos que um vai a frente, que quando ele vira, a manada vira. A manada segue-o. Visto ao longe, parece ser ele o líder, o que vai a frente, o que é seguido, o que sabe como é. Sim, esta poder ser uma das perspectivas da liderança, talvez a que temos mais incutida em nós e que nos

Metáfora

O 'Universo' é um 'relógio'. O 'Cérebro' um 'computador'. A 'pessoa' um 'sistema de informação'. Falamos de 'software' para o 'cérebro'. De mudar o 'sistema operativo' da 'pessoa'. De levar a 'máquina' (corpo) ao médico. Falamos em 'acelarar' como se faz a um 'carro', para falar da mudança na nossa vida. São infinitas. Também pensamos nas nossas organizações da mesma forma, i.e., as 'comunidades de pessoas' são 'máquinas'. Tem um aspecto em comum, traçam um paralelo entre algo natural (e.g. pessoa, cérebro, universo) e algo que foi desenhado e construído pela humanidade e que é não natural (e.g. relógio, computador, máquina, carro), sendo um produto da ciência e da tecnologia, i.e., da forma que, para conhecer, separa; da forma que, para conhecer, controla. Traçamos paralelos com as máquinas, porque nos sentimos máquinas: "fazemos parte da engrenagem". A no

Liberdade

Ao contrário do que se possa pensar, 'liberdade', é 'ouvir' e não 'falar' - de que serve 'falar' quando não somos 'ouvidos' ? Ou seja, numa democracia, 'liberdade', é ser 'ouvido', i.e. é saber 'ouvir': cada um a si; cada um ao seu semelhante. Por este critério, a nossa democracia tem muito para progredir. Mas a boa notícia é que só depende de cada um de ' nós, os comuns '. ...... "Falar, ouvir    Tratas as palavras que dizes como se fossem passageiros de primeira classe e tu um empregado servil, e, face às palavras dos outros, comportas-te como se elas fossem o empregado servil e tu o passageiro que viaja em primeira classe." em 'Gonçalo M. Tavares enciclopédia 1-2-3, breves notas sobre o medo - Falar, ouvir, pg. 159 Relógio D' Água, 2012'

"Eu sei como resolver isto!"

Há poucos dias atrás (17.Out), ouvi-me dizer esta frase: "Eu sei como resolver isto!". O "isto" é a situação em que estamos envolvidos em Portugal e no Mundo. Isto, enquanto engraxava os sapatos. "Como ?" perguntaram-me. Ao que respondi: "1º Assumindo que não sei resolver isto! 2º Certo que nós todos, em conjunto conseguimos resolver isto!" Desde então tenho reflectido sobre estas duas frases. São na prática dois princípios de uma certa maneira de Ser. Ser no sentido de indivíduo, ser humano. Ser no sentido colectivo, ser sociedade. E configuram dois princípios de um programa político com ponto de partida epistemológico diferente. - Assumir que não temos conhecimento para lidar com a situação actual. Cada indivíduo assumir que não tem conhecimento para, sozinho lidar com a situação actual. A sociedade no seu conjunto assumir que não tem conhecimento para lidar com a situação actual. Na prática significa deixar 'morrer' ("le

a razão das emoções ou a emoção da razão

No passado dia 11 de Outubro estive presente num colóquio na FCSH/UNL com o tema “Morality and Emotion: (Un)conscious Journey to Being” . Parabéns Sara Silva. Neste colóquio ouvi a palestra do filosofo Vasco Correia e as suas ideias.